domingo, 7 de março de 2010

Resposta

"Por que não você não mora em Teresina, ou eu em Picos? Também saudades... Das nossas não-conveniências e não-hipocrisias, não-máscaras; dos nossos não-armários físicos, mentais ou morais; dos nossos não-eufemismos, não-pudores e não-receios. Na entranha dança do relógio da vida, bem poucos restaram à verdade. Não preciso julgar e selecionar em quem acreditar; as pessoas se avaliam e selecionam por mim. Tenho, dessarte, economizado um precioso tempo. Meus últimos "comportamentos insanos" foram um sanduiche que comi com D. Anete e a decisão de me abraçar a alguns dos conselhos de Adriano. Seu primo está a própria maturidade somatizada em homem e nunca tive tempo para brincadeiras de viver. Manancial inesgotável de conhecimentos? Não é bem assim... Há vários dias eu não tenho sono. Um calafrio percorre a minha coluna vertebral. Tento ter medo, mas não consigo. Vou à busca de ser, sempre mais e mais, tudo quanto eu digo, faço e penso. Que posso lhe falar que você já não saiba de mim? Por céus! Não me vá a tomar o juízo corrente; ser-lhe-ia destoante. Lembre-se da pergunta: "Quem, em prol da sua boa reputação, não se sacrificou já uma vez - a si próprio? (Nietzsche) Nós! Nós! Nós! Apenas os santos devem ficar protegidos nos limites dos altares; eles não podem se macular e tem bastante o que esconder e perder. Cada vez mais percebo que, no dia que eu deixar de falar com alguma pessoa, por causa de uma outra, eu estarei assinando um incrível e expresso atestado de fragilidade e insegurança. É lamentável: A Idade Média não passou, meu caro... Alex, nós nunca seremos santos; prometemo-nos e não se esqueça: há muito chão por correr. Bem, à noite lhe telefono. Lembranças ao seu "Marido", fique com Deus e um abraço."

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